24 de novembro de 2014

Sócrates

É o nome incontornável da semana (*).

Quero lembrar Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, médico, comentador, político, actor, músico e, já agora, também futebolista, um dos melhores brasileiros de sempre.


Líder e elegante dentro de campo, carismático, adorado por muitos, tinha 57 anos quando morreu depois de uma carreira em que passou pelos maiores clubes do país e ainda tentou Itália (Fiorentina), mas sem sucesso. Fez parte da “super-canarinha” em 1982 e marcou dois golos na fase final em Espanha.

(*) Dias complicados e históricos para Sócrates, o português, para ir espreitando por aqui.

21 de novembro de 2014

Dá-le Ricardo!


Chama-se "Women on the Verge of a Nervous Breakdown", é realizado pelo Almodóvar e estreia no próximo mês. Mas nem me interessam mulheres à beira de um ataque de nervos, nem sou fã do Almodóvar.

Mas sim sou fã do trabalho do "nosso" Ricardo Afonso que irá inundar o filme com a sua arte.  Basta ver o trailer para levar o recado para o cérebro para ter atenção à "banda sonora" quando estiverem frente ao ecrã gigante.

18 de novembro de 2014

Em Repeat... 30 anos depois.


We All Stand Together, a famosa canção dos sapos, editada no Natal de 84 por Paul McCartney tem 952 500 visualizações no YouTube. 52 500 foram registadas na última semana a pedido da minha filha depois de a tia lhe ter mostrado o vídeo. 
E de repente, 30 anos depois, tenho de novo na cabeça (todo o dia) aquele épico bom... bom, bom dos sapos. 


We All Stand Together está a ser usada este ano no anúncio de Natal da cadeia de lojas britânica Debenhams.




A amesendação do MacDonald's

Falemos a sério: para quando uma página de crítica gastronómica rigorosa sobre os fast-foods? Não falo, é claro, da gourmetização acelerada dos hambúrgueres, com os restaurantes que pululam que nem cogumelos. Estou mesmo a pedir que um dos Quitérios da nossa praça possa entabular uma conversa sobre a inevitabilidade de refeiçoar perto do local de trabalho, em tempo escasso e dinheiro curto [a que] correspondeu a importação da fast-food aliada a essa moderna versão da manjedoura que é o come-em-pé [José Quitério, Expresso Revista, 16/6/2012]. Ainda que se perceba que o tom seria mais de desanca que de virtude gustativa, se prolongarmos a sua citação por mais uma frase. Assim surgiram burundangas deploráveis, já que não fomos capazes, como os vizinhos espanhóis, de ressuscitar tascas e petiscos em suas qualidades e dignidade perdidas. 
Lá está: também não peço que me falem de uma qualquer padaria recuperada ou de uma tasca da esquina cujos preços pedem meças a estrelas michelin. Apenas um roteiro honesto, rigoroso e factual sobre o que separa a amesendação do MacDonald's e do Burguer King, da perda que foi o Mings, ali nas Portas de Santo Antão, de como o KFC tarda em se impor e o Subway não teve qualquer possibilidade de sucesso.
Por mim, sentencio desde já que o CBO do Mac é uma boa resposta avícola às variantes chickenianas do Burguer e do KFC, que o Burguer King ganha na importação direta dos States do refill das bebidas, mas que perde quando chama Sandy a uma imitação mais gelada do Sundae e que dá uma colher demasiado curta para o copo deste gelado. Mais: o Whooper é melhor que o Big Mac? Não, desculpem-me: o Big Mac é, pulpfictionamente, Le Big Mac, o imbatível.
Tivéssemos críticos gastronómicos que não temessem enfrentar estas dúvidas pertinentes e podíamos todos andar a discutir os argumentos sobre a carne que alimenta Padma, 44 anos, indiano-americana de Chennai, Índia (e há uns anos apenas injustamente reconhecida como a mulher de Salman Rushdie). Só aqui aceito que falemos em hambúrgueres gourmet. Ou o que for.


17 de novembro de 2014

Camisa 10



Edson Arantes do Nascimento pregou um susto a todos os adeptos do futebol do mundo. (*)

O craque terá tido uma crise renal e teve que ser operado de urgência no sábado Aos 74 anos, o Rei brasileiro terá percebido que não é eterno. Esperemos que ganhe algum juízo.

Se ainda não percebeu de quem falo, aqui fica: o homem é conhecido por todos como Pelé. Com ele o futebol deu um passo em frente e a camisola 10 ganhou uma mística especial que ainda hoje se mantém.

O melhor de todos os tempos, dizem uns, mas seguramente um dos melhores de sempre e os números não deixam dúvidas: 1222 jogos e 1155 golos pelos clubes, mais 92 jogos e 77 golos pela canarinha. A isto juntam-se três mundiais, uma estreia pelo "Peixe", nome pelo qual é conhecido o Santos, aos 15 anos e pela selecção principal aos 16.

Encontrou-se com a Selecção nacional no Mundial de 66 e formou com Garrincha uma dupla quase imparável. Só as muitas lesões não o deixaram chegar ainda mais longe.

(*) Bom, se calhar, não a todos. Muito provavelmente Maradona não se sobressaltou nem um pouco. Os dois génios não se dão nada bem.

16 de novembro de 2014

Um Mundo de Maravilhosas Criaturas


-Quem é Galactus?
-O Galactus é o patrão do Surfista Prateado e alimenta-se de planetas. O Surfista encontra-os e ele vem.


-E aquele quem é?


-É o Coisa.
-O Coisa?
-Sim, o Coisa, The Thing. Ficou assim para sempre.
-Mas faz parte da equipa?
-Sim. A equipa é liderada pelo Reed Richards, o Sr Fantástico que é casado com a Susan, a Mulher Invisível, que é irmã do Johnny, o Tocha Humana.
-E aquele?
-É o Dr.Doom, o dr. Destino.


Agora entendo porque é que as miúdas não gostavam muito da Marvel. É tudo tão básico que só os homens podem gostar.

-Anda! Vai começar o Wolvarine!
-Vai começar o quê? Quem é esse?!



15 de novembro de 2014

O criador


Morreu Glen A. Larson, tinha de 77 anos e não resistiu a um cancro.
O nome pode não dizer nada a muitos, mas foi da cabeça dele que saíram séries como Battlestar Galactica, Knight Rider, o remake de Buck Rogers e ainda Automan.
No tempo da televisão dos dois canais estas séries faziam-me correr (excepção para o Justiceiro). Davam ao final da tarde aos fins-de-semana e durante 50 minutos a tv era só nossa. No dia seguinte discutia-se o episódio do dia anterior e a potência das máquinas.
Glen A Larson gostava de guiões simples, com protagonistas carismáticos, pouca violência e nada de palavrões. A forma como a minha geração hoje cria muito tem a dever a pessoas como Glen A. Larson. Obrigado pela forma como nos estimulaste a imaginação.
De todas, a Galactica era a minha favorita. Tinha capacetes muito fixes e com luzes!




Acabem com os bonecos que perdem as mães! Apre!

Pensava que já tinham acabado com este tipo de tortura infantil. Pequenas crias que se perdem das mães ou cujas mães partem de um "porto italiano, mesmo ao pé da montanha".
A reacção desta miúda à história triste é...


10 de novembro de 2014

Oliver

O jovem Oliver faz esta segunda-feira 20 aninhos mas, ao contrário do que é habitual, foi o médio a dar uma prenda aos adeptos portistas: marcou no último minuto o golo que safou o FC Porto de uma derrota contra o Estoril.

O miúdo tem jeito para jogar à bola, é indiscutível. O miúdo aprendeu com Lopetegui nas selecções jovens mas, aposto, também deu uns toques a ver o seu homónimo:

Parabéns Mário

Recordar é viver. O grande Mário Viegas faria, este 10 de Novembro, 66 anos.

Esta é apenas uma das suas pérolas: "Os ais de Portugal"

  

E numa altura em que já se fala de presidenciais...

5 de novembro de 2014

O susto de Sophia


Esta foto foi tirada há 57 anos. A imagem persegue Sophia Loren há quase 6 décadas.
Agora, em entrevista à EW finalmente surgiu a explicação.
Sophia Loren tinha acabado de chegar aos Estados Unidos. A estrela italiana estreava-se nas festas de Beverly Hills. Era um mundo novo para a actriz de 23 anos. Jayne Mansfield foi a última a chegar e fez questão de se sentar ao lado de Sophia.
Hoje e com 80 anos, a diva da Cinecittà explica:

"She came right for my table. She knew everyone was watching. She sat down. And now, she was barely… Listen. Look at the picture. Where are my eyes? I’m staring at her nipples because I am afraid they are about to come onto my plate. In my face you can see the fear. I’m so frightened that everything in her dress is going to blow—BOOM!—and spill all over the table."

3 de novembro de 2014

"Mau" como as cobras

O Vitória de Guimarães - Sporting deste fim-de-semana fez-me lembrar um temível avançado que foi estrela nos dois clubes.

Jogou em Guimarães e Alvalade e foi artilheiro nos dois clubes (por acaso, também jogou no FC Porto e no Gil Vicente, mas aí não teve tanto sucesso).

Não está a ver quem seja? Chama-se Paulo Roberto Bacinello. Ajuda? Também não? E se eu lhe disser que jogou em Portugal entre 1984 e 1991 e era conhecido no mundo do futebol como "Paulinho Cascavel" (*), a cidade onde nasceu no Brasil e, talvez, pela forma mortífera como "matava" na área?

Teve boas médias, especialmente no Vitória (60 jogos/47 golos), e foi decisivo para as boas épocas da equipa que até teve boa presença na UEFA.

1984–1985 FC Porto                 1 (0)
1985–1987 Vitória Guimarães 60 (47)
1987–1990 Sporting CP           94 (37)
1990–1991 Gil Vicente               8 (0)
 Total                                      163 (84)

(*) é um destes, matador, que está a fazer falta ao Benfica, versão 2014/15.

1 de novembro de 2014

As canções mais "catchiest" (no Reino Unido)


Catchiest pode ser traduzido por "que fica no ouvido" e o Manchester's Museum of Science and Industry decidiu fazer um teste: Hooked on Music. A ideia é perceber em quanto tempo conseguimos identificar uma música. Foram testadas mais de 1000 canções e as Spice Girls com o seu Wannabe conseguiram a vitória. Para 12 mil pessoas 2, 29 segundos foram suficientes para identificar o hit das Spice. E o teste continua com outras vertentes, mas, por favor, evitem cantarolar em voz alta... os vizinhos, família e colegas agradecem. E mais uma coisa: não gritem! Experimentem baixar o volume dos headphones. 



E aqui fica a lista e os tempos das canções mais catchiest do Reino Unido:

1. Spice Girls - Wannabe - 2.29 s (0:45)
2. Lou Bega - Mambo No. 5 - 2.48 s (0:50)
3. Survivor - Eye of the Tiger - 2.62 s (2:04)
4. Lady Gaga - Just Dance - 2.66 s (1:39)
5. ABBA - SOS - 2.73 s (2:25)
6. Roy Orbison - Pretty Woman - 2.73 s (1:07)
7. Michael Jackson - Beat It - 2.80 s (0:38)
8. Whitney Houston - I Will Always Love You - 2.83 s (3:09)
9. The Human League - Don't You Want Me - 2.83 s (3:05)
10. Aerosmith - I Don't Want to Miss a Thing - 2.84 s (2:22)
11. Lady Gaga - Poker Face - 2.88 s (0:57)
12. Hanson - Mmmmbop - 2.89 s (1:44)
13. Elvis Presley - It's Now Or Never - 2.91 s (2:14)
14. Bachman-Turner Overdrive - You Ain't Seen Nothin' Yet - 2.94 s (1:48)
15. Michael Jackson - Billie Jean - 2.97 s (1:25)
16. Culture Club - Karma Chameleon - 2.99 s (0:41)
17. Britney Spears - Baby One More Time - 2.99 s (0:33)
18. Elvis Presley - Devil in Disguise - 3.01 s (1:21)
19. Boney M. - Rivers of Babylon - 3.03 s (0:23)
20. Elton John - Candle in the Wind - 3.04 s (0:39)

31 de outubro de 2014

Meias andem aí

O outono está aí e ideias interessantes também... Para elas que gostam de inovar nas pernas aqui vão ideias para focagem nas mesmas :)

Fonte: http://www.boredpanda.com/creative-socks-stockings-tights/ 

30 de outubro de 2014

Crimes e cuspidelas


Cuspimos muitas vezes nas ruas. Cuspimos algumas vezes no prato em que comemos. Mas quando a cuspidela é uma tentativa parva de fazer humor, ninguém convoca a dessacralização montypythoniana dos poderes, ninguém admite o humor corrosivo de Yes, Prime Minister, todos nos tornamos virgens ofendidas - e o país tem de se ofender em uníssono sob pena de lesa pátria. Tresanda a mau desodorizante: xenófobo e parvo. Quais cães pavlovianos a salivarem com o mau humor, frases parvas ou perfis falsos. Não param para pensar porque a palermice não tem travões e logo é melhor soltar o odor fétido da xenofobia e do racismo. (E podia ser com suecos por causa de um anúncio de uma cola qualquer.)

Claro que me vão cuspir na cara que não é assim: eu até tenho amigos brasucas, mas eles são preguiçosos ou só comem novelas e até escolhem a Dilma, numa clássica variação em que os brasucas podem ser substituídos por pretos, chinocas, homossexuais - e por aí fora. Um mimo de tolerância, todos diferentes, nada iguais. 

Haja paciência. A diatribe, esta minha, não é cuspida. Porque a jactância só é própria de quem, sob a capa de um episódio banal de um comentário (por acaso de um perfil falso) parvo, resolve incendiar redes sociais numa mal disfarçada xenofobia: sim, Luana, 38 anos, brasileira de São Paulo, não foi atacada por colar os portugueses à derrota de Aécio, numa frase mais desajeitada que qualquer discurso de Passos Coelho. Luana foi linchada por ser brasuca, atriz de novela, de um país que só vive futebol, favelas e forró, quando é tão pobre. Como Maitê, 56 anos, também brasileira de São Paulo, tinha sido atropelada pela cuspidela sem graça na fonte dos Jerónimos.

Eu prefiro ir à fonte. Luana é a prova de que Deus é brasileiro, como já tínhamos aqui contado uma vez. Como Maitê. Escusam de cuspir. Admirem, tão-só.


27 de outubro de 2014

Choque de titãs


Cristiano Ronaldo e Lionel Messi gostam da concorrência, gostam de se picar, gostam de ser os melhores. A luta entre os dois tem servido para que vão batendo recordes atrás de recordes.

Os números de ambos são impressionantemente astronómicos:

Cristiano Ronaldo:
699 jogos
447 golos
141 assistências

Mas, e se virmos só os números de CR7 pelo Real Madrid?
260 jogos/273 golos (sim, tem mais golos que jogos)

Messi:
381 jogos
294 golos

Realizou-se este sábado o primeiro “super clássico” do campeonato espanhol desta época. O Real Madrid venceu o Barcelona e Cristiano Ronaldo venceu Messi, mas os números ainda favorecem o argentino.
Messi - 21 golos
CR7 – 14 golos

A época ainda está no princípio e as carreiras ainda estão longe de acabar. Os números (inacreditáveis) vão ainda melhorar e chegar a valores inimagináveis. Para bem de quem gosta de futebol.

24 de outubro de 2014

Dióxido de Titânio. Diz-lhe alguma coisa?

A mim também não me dizia nada mas parece que é utilizada como aditivo alimentar e em protectores solares para absorver raios ultra-violeta...

Mas uns cientistas da Universidade de Singapura, olharam para aquele pó durante 3 anos e, sob o efeito ou não de outro pó semelhante, deram-lhe outro destino: utilizá-lo no fabrico de baterias. Resultado: Uma bateria que dura cerca de 20 anos e bastam 2 minutos para a carregar em 70%.

Agora é só esperar um bocadinho que "salte cá para fora"



21 de outubro de 2014

O pneu que se agarra bem à estrada


Quando me dizem que a multidão teve uma boa aderência a determinada causa, lembro-me de pneus, esses sim habituados a aderências a curvas, ou de forma mais sofisticada habituados às texturas da superfície da estrada.
Por saber que não há adesão pessoal ao uso da palavra aderência, quando não falo de objetos, logo me atrapalho com isto das curvas. Por dois motivos: porque elas são bem-vindas e porque logo me lembro de Kate, 22 anos, americana de St. Joseph, no Michigan. As curvas de Kate são daquelas que têm boa aderência nas retas das passereles, provocando a nossa adesão instantânea. Em bom português nos entendemos, já se sabe (confrontemos o que digo com o filme que se vê aqui em baixo).
Talvez seja isto que tenha levado meia dúzia (ou centenas, não sei) a criticarem Jessica, 28 anos, portuguesa de Lisboa, por parecer mais cheia do que permitem as passereles, ignorando as kates deste mundo, por muitas e muitos entenderem que ela teria demasiada aderência às curvas. Como resposta, a grande maioria das e dos portugueses aderiram às suas teses, melhor, às suas curvas. Uma adesão que, neste caso, podia ser por o pneu (criticado, apesar de não se ver) ter uma boa aderência à estrada. Ou como em bom português nos atrapalhamos.


20 de outubro de 2014

O puto Chalana e o miúdo

Fernando Chalana tinha 17 anos e 25 dias quando se estreou com a camisola principal do Benfica. O "pequeno genial" é um daqueles jogadores de que nenhum adepto se consegue esquecer, tal a qualidade do seu futebol (*).

Esteve mais de 10 anos a brilhar no estádio da Luz e até ajudou a pagar o famoso "terceiro anel" com o dinheiro da transferência para o Bordéus, em 1984, depois de um estrondoso Euro em França. Teve tanta influência que Futre, outro grande jogador, diz que Chalana era (e é) o seu ídolo.

Lembrei-me do grande Chalana, várias vezes campeão como jogador e até como treinador (de juniores), porque este sábado um outro miúdo se estreou de águia ao peito com 17 anos.

Gonçalo Guedes jogou mais de uma hora contra o Sp. da Covilhã (clube a quem já tinha marcado na II Liga) pela equipa principal do Benfica para a Taça de Portugal. Jogou bem e até foi melhorando com a passagem dos minutos na Serra. Vamos ver o que ditam os próximos meses, mas o puto pode ter um futuro brilhante pela frente, se os deuses do futebol o ajudarem.

Para além da idade, não faço mais comparações com um dos maiores de sempre, mas é interessante ver que Gonçalo Guedes já é titular indiscutível da equipa "BB" e faz coisas destas...

ou isto...


Não é verdade que não haja qualidade no futebol português. Sempre houve e sempre haverá. É preciso é saber apostar neles. Os sub-21 aí estão a provar isso mesmo.

(*) sim, o seu bigode também é inesquecível :-)

17 de outubro de 2014

Como obter um "Thumbs Up" de um polícia


Ingredientes para o episódio da semana passada:
1 - Uma mota clássica engraçada
2 - Um trajecto de 10 minutos em monsanto do Instituto Superior de Agronomia para a Faculdade de Arquitectura
3 - O trajecto com obras que necessitava de policiamento
4 - Policiamento em mota
5 - Uma chuva torrencial que apenas caiu nesses 10 minutos de trajecto, que aleijava a cara no capacete aberto

O polícia, a pé, a tentar refugiar-se da chuva nas árvores de monsanto, atravessou a pé à nossa frente. Olhou para nós que não sabiamos se haviamos de rir ou chorar com tamanha carga de água em cima e, surpresa nossa: um "Thumbs up!"

Sempre deu para tirar as dúvidas: era para sorrir.


14 de outubro de 2014

Natureza pronta a servir


Desconcentrados? Então focai-vos neste naco de prosa que vos pode ser útil.

Dizem os estudos que há ruídos certos para estimular a nossa criatividade (é óbvio que um martelo pneumático e a urgência de acabar de escrever uma sinfonia não devem ser compatíveis). E houve uma alma qualquer que resolveu criar o Noisli, uma “app” que nos deixa misturar uma série de fontes sonoras que, supostamente, nos tornam mais criativos ou produtivos.

Há quem se irrite com o silêncio (quem está de mal consigo mesmo, presumo). E há quem faça mais e melhor quando está a ouvir, em fundo, o barulho de um café, da chuva, das trovoadas, das folhas a balançar ao vento, de um rio, uma cascata ou do mar. E o Noisli permite misturar alguns deles para criar “o ambiente certo para levar este país para a frente” (pelo menos, tenho ouvido dizer que o problema é a produtividade...).

De qualquer forma, porque liguei agora mesmo a “app” e comecei aqui a acelerar a minha criatividade, deixem-me perguntar: isto faz algum sentido? Se sim, parem de ler aqui.

(já está?)

Se não, é algo que me pergunto: como se terá inspirado um Van Gogh? Um Vivaldi? Um dos pintores das grutas de Altamira? Na Natureza! Pois é! Esse lugar esquecido por quem vive na cidade. E que tal ir dar uma volta com o portátil e deitar na relva? Levar a tela e os pincéis para o campo, mesmo que se pinte o mar?

Ok, não venham com a gracinha do piano de cauda. Ninguém tem um piano de cauda. Levem o de parede.

13 de outubro de 2014

Chapéu-de-chuva a ar!

Para estes tempos de chuva aqui fica uma proposta. Diz quem sabe que é a maior revolução em 3 mil anos de chapéus-de-chuva.
Este não tem tecido, nem varetas, usa o ar para criar um campo protector. É como andar de moto à chuva: quanto mais depressa menos se molha.


Para já, é apenas um projecto e os rapazes que o inventaram estão à procura de financiamento. Por cerca de 70 euros já se consegue ficar na lista para receber um.
Os inventores precisam de 10 mil dólares, mas ainda não chegaram aos 5 mil.

Casamentos por encomenda


Já sabem os fiéis leitores que à segunda-feira trago-vos “estórias” relacionadas com desporto, mas hoje começo por dizer-vos que este sábado fui a um casamento (*).

Mas o que é que uma coisa tem a ver com outra? É que a memória é uma coisa fantástica e eu lembrei-me que o futebol português já teve uma fase (alguns anos) em que os “casamentos” tinham um papel determinante na construção dos plantéis.

Há mais de 30 anos havia uma regra na Europa que limitava o número de estrangeiros por equipa. Em Portugal, o país do desenrascanço, logo se descobriu como ultrapassar esse obstáculo.

Estávamos em 1982/83 e, ao que conta a lenda, foi o Sporting que inaugurou o “estratagema” quando contratou dois estrangeiros para o plantel principal numa altura em que já tinha as vagas preenchidas: Bukovac e Kostov, búlgaros de nascimento, chegaram a Portugal pela mão de João Rocha, presidente dos leões na altura, e logo casaram com duas jovens portuguesas de gema, alegadamente sem as chegarem a ver.

Confesso que não tenho memória suficiente para dizer se os dois rapazes foram ou não mais-valias no plantel de Alvalade mas, certo, é que ficaram na história do Sporting e do futebol português. Terão sido os primeiros a ter “casamentos arranjados”.

A partir daí todos os clubes nacionais seguiram este exemplo. O “truque” durou muitos anos e só terá terminado com a chamada “lei Bosman”, de que, provavelmente, vos falarei um dia destes.

(*) a cerimónia foi bonita, o dia correu muito bem e a noiva estava linda :-)

12 de outubro de 2014

Surpresa no Metro de Lisboa

Saiu da carruagem do metro a cantar. Do outro cais atiraram-lhe palmas. Ela parou e voltou atrás para agradecer... cantando.
Foi assim, esta noite, no metro de Lisboa.


10 de outubro de 2014

Clássica com pneus de cross? Vivam as princesas tolerantes!


Sim, transformei um pouco a minha moto. Entre outras coisas, coloquei-lhe uns pneus mais robustos para ter idêntico prazer tanto no asfalto, como em estradas menos elaboradas...

Há vários sítios bonitos no mundo e um deles é um percurso de cerca de 10 km imediatamente a sul do cabo Sardão e só não dá para mais porque a estrada se precipita num declive acentuado (só mesmo de bicicleta às costas). Apesar das dificuldades, aqueles 30 minutos de percurso são daqueles momentos revigorantes, que colocam aquele sorriso parvo num motociclista.

Fiz o percurso pela segunda vez nestas férias de Verão e não seria possível fazê-lo sem o apoio da minha princesa que levou o carro e crianças e tolera o meu discurso "logo chego" :)

8 de outubro de 2014

Os primeiros anos


São 100 fotografias que ilustram os primeiros anos deste século XXI. É um mundo recordado de um ponto de vista norte-americano, mas que acaba também por ser o nosso.

Esta viagem de 14 anos (embora o novo século só tenha começado em 2001) arranca na passagem de ano de 2000 em Sidney, na Austrália, quando o mundo tremia de medo do bug do milénio e termina na praça Maidan, em Kiev. Pelo meio, o tsunami na Ásia, o 11 de Setembro, a morte de Bin Laden, os mineiros do Chile, a morte de João Paulo II e o Papa Francisco.

São 100 instantâneos que fazem a nossa história. Escolhi para ilustrar este post a foto de W. Bush no momento em que é informado do embate do segundo avião no World Trade Center, em Nova Iorque. O presidente dos Estados Unidos estava numa escola na Flórida e o mundo nunca mais voltou a ser o mesmo.

Para ver, basta clicar aqui.


7 de outubro de 2014

Há caracóis


O pior deste tempo manhoso e pegajoso não é o facto de estar frio e calor ao mesmo tempo, não é o enfrentar moscas moles e chatas, não é o ficar com a roupa molhada, não é a impossibilidade de secar roupa e ter de ir trabalhar com uma camisa que detestamos ou mesmo com a do smoking (já não há outra lavada e passada), é o cabelo.
Este tempo arruina qualquer cabelo! E como diz um amigo meu: "um homem é o seu cabelo"!
Oh, Sol volta, por favor!

6 de outubro de 2014

Brasil, país de bola e novelas

 (*)
Este domingo realizou-se a primeira volta das eleições presidenciais brasileiras. ‘Bora lá aproveitar a boleia para falar do Brasil.

O que tem este grande país de melhor e exportador? Futebol e telenovelas.

E se juntássemos as duas coisas? A Rede Globo já o fez e com grande sucesso com a “Vereda Tropical” que eu segui "religiosamente".



Estávamos em 1985 e o actor Mário Gomes era “Luca”, jovem prodígio, que foi contratado pelo Corinthians.

Foi curioso ver o aparecimento do "jogador", a contratação por um grande, a pressão do clube e dos empresários para jogar, mesmo lesionado, e o declínio... Bem actual, apesar de ter quase 30 anos.

(*) Na foto vê-se "Luca" (actor Mário Gomes, o galã da altura) ao lado de Casagrande, jogador à séria que anos mais tarde chegou a jogar em Portugal pelo FC Porto).

3 de outubro de 2014

Disney Pin-Up

"Conta-me uma história" é frase que os pais temem depois de um dia daqueles em que já só pensam adormecer no sofá. E depois não é só a história que enfada, são os mesmos bonecos de sempre, sorridentes, bem traçados e enervantes.

Temos uma solução! 

E que tal imaginar as miúdas da Disney assim:

Ariel


Rapunzel


Cinderella


Branca de Neve


Aurora 


Tiana

 

O artista chama-se KittRen http://kittren.deviantart.com/

Agora as histórias podem ser mais apelativas, mas não convém mostrar os desenhos aos miúdos. 

Uns míseros 15 mil milhões



Não sei se 15 mil milhões de dólares (11.6 mil milhões de euros) são suficientes ou não para que o "Green Climate Fund" irá tentar/querer fazer... Confesso que tanto milhão me faz confusão para fazer contas.

Na última semana de Setembro, na Climate Change Summit organizada pela ONU, uns míseros 2,5 mil milhões "foram conseguidos"!

E digo míseros porque, se os milhões não me falham... portugal pediu emprestado 78 mil milhões de euros (100 mil milhões de dolares) e não houve falta de organização para localizar quem emprestasse para receber juros.

Isto aconteceu para "salvar um país" pequeno como o nosso e para a escala global, entre todos, os países ricos não se solidarizam em avançar com 15% do que emprestaram a Portugal?

Podem-lhe chamar "Nações Unidas", mas parece-me uma ironia. As más noticias são: Ainda é melhor ter uma ONU do que não tê-la.

Entretanto vamos lá gastar mais dinheiro a recuperar perdas devido a eventos extremos cada vez mais frequentes.

E não se queixem de 20 litros por metro quadrado numa hora em Lisboa como aconteceu no dia 22 de Setembro de 2014. Não há nenhum sistema de escoamento urbano que consiga escoar esse volume em tempo que estamos habituados. Simplesmente não foi dimensionado para isso...

A solução: 1) Vamos gastar milhões em restruturação dos sistemas de escoamento (para não falar de outras coisas como estragos na agricultura e infraestruturas) ou 2)vamos todos juntar para evitar que o problema se propague com mais violência?


2 de outubro de 2014

Castos bustos

Vai pouco farta a polémica dos bustos mal barrados na Assembleia da República: o fascismo enche a boca de uma certa esquerda, como se a banalização da palavra não pudesse contribuir para a banalização do mal e a direita logo se preocupa com a História que não se pode apagar - a mesma direita que quer extirpar da Constituição o seu preâmbulo histórico.

Nisto perdemos sempre o ponto cardeal certo, como prova o desnorte provocado por aqueles bustos nos corredores parlamentares. Não são estes bustos que deviam estar em exposição, concorde-se, porque a República merecia antes uma nova releitura. 

Há imagens castas do busto republicano português (e já nem falamos daquelas caricaturas no Parlamento), mas apesar de uma ou outra representação despida, nunca ousámos como os franceses, que inventaram a efígie e lhe deram formas - eles já renovaram a imagem de Marianne, a partir da sua imagética pop: Brigitte Bardot (em 1968) foi Marianne e logo deus recriou a República. Houve ainda em 1972 Michèle Morgan; em 1978, Mireille Mathieu; em 1985, Catherine Deneuve; em 1989, Inès de la Fressange; e (já lá vamos) em 2000, Laetitia Casta; por fim, em 2012, Sophie Marceau. Perante tamanha lista, ainda dizem que a República é menos atraente que a monarquia?! Non!

O busto português merecia renovado respeito. E perante Laetitia, 36 anos, francesa de Pont-Audemer, a Marianne de 2000, também acho que devemos discutir os bustos da República. Ou a falta deles nos dias de hoje. E não se faça tábua rasa em matéria tão abundante.

29 de setembro de 2014

Carta aberta ao novo seleccionador


Caro Fernando Santos,

Permita-me começar esta carta aberta por felicitá-lo por ter chegado à sua cadeira de sonho. Desde que treinou o Estrela da Amadora que o ouvi falar do seu desejo de chegar à selecção de todos nós.

Confesso-lhe que não estou seguro de que tenha sido a melhor escolha nesta altura. É verdade que parece estar a começar com uma “aura” de consenso que o pode ajudar, mas…

Em primeiro lugar pelo castigo (oito jogos), depois pela marca (defensiva) que tinha na Grécia, pelos (poucos) títulos conquistados nas passagens por FC Porto, Sporting e Benfica e também pela dificuldade nos jogos fora (muito notória aquando da passagem pela Luz) estou como São Tomé, “ver para crer”.

Apesar das dúvidas - e porque gosto da equipa das “quinas” - aproveito para lhe dar uma ajuda, a poucos dias da sua primeira convocatória.

Aqui ficam os meus 23:
Rui Patrício
Beto
Anthony Lopes
Cédric
André Almeida
Pepe
Neto
Ruben Vezo
José Fonte
Fábio Coentrão
Antunes
William Carvalho
Danilo Pereira
André Gomes
Adrien
João Moutinho
Tiago
Cristiano Ronaldo
Nani
Danny
Vieirinha
Éder
Orlando Sá

Como percebe, estou a sugerir que recupere o Danny e o Tiago (o caso do Ricardo Carvalho não dá, digo eu) e chamo-lhe a atenção para o Danilo, do Marítimo, e para o José Fonte, do Southampton.

Atenção ainda que há outros jogadores que convocaria já para a selecção AA, mas lembro-lhe que os Sub-21 vão ter que fazer um play-off decisivo contra a Holanda. Por isso, acho que deve “emprestar” alguns craques ao Rui Jorge (João Mário, Bruma, Ricardo Horta, Tomané, Cavaleiro ou Rafa, por exemplo).

Espero que siga os meus conselhos e que esteja atento a estes miúdos dos sub-21. O caminho que tem pela frente não é o mais difícil de sempre (dois são qualificados por grupo e o terceiro vai ao play-off), mas convém não dar mais baldas. É só... ganhar e chegar a França, como é nossa obrigação.

Abraço
Boa sorte
Carlos Calaveiras

28 de setembro de 2014

26 de setembro de 2014

Passeio dos Cavalheiros Distintos


É já este domingo, dia 28 que acontecerá o "Passeio dos Cavalheiros Distintos", ou como me soa melhor o "Distinguished Gentleman's Ride - DGR" (link).

Este ano com o objectivo de angariar 1  milhão de dólares para o combate ao cancro da próstata. A 3 dias do evento (quando escrevi este post), estava-se a uns pequenos 27 mil dolares de conseguir o feito (doações até dia 12 de Outubro) (Correção: a 2 dias do evento já ultrapassou o objectivo em 100 mil dolares. Estima-se cerca de 1,5 Milhões angariados). Congratulo desde já a comunidade motociclista e os que a rodeiam na angariação para esta nobre causa que mata 1300 homens por dia em todo o mundo.

Ao todo serão 255 passeios em 57 países no mesmo dia. Em Portugal, os passeios realizar-se-ão em Lisboa e Porto (detalhes do evento nos links para o facebook).


Hoje assino como Sir Remington Silversteed, o nome da mascote da DGR:


25 de setembro de 2014

Não Instalar o iOS 8.



Aviso: Não instalar a actualização iOS 8!

A actualização do sistema operativo dos iPhones e iPads deu para o torto. A Apple lançou uma nova actualização (8.0.1), mas a emenda foi pior do que o soneto e a empresa acabou por retirá-la. 

As maiores vítimas são os novíssimos iPhone 6. Depois da actualização, os aparelhos perdem o sinal telefónico e deixa de funcionar o desbloqueio através da impressão digital.

O iOS 8 não funciona bem e manda a prudência: não instalar. Os telefones mais antigos, como o 4S, também não o devem fazer, há um sério risco do telefone se transformar num caracol. 

Isto é uma matéria tão importante, que até já tem direito a música: 


E depois há queixas em relação à qualidade do material usado nos novos iPhone 6. Uns caramelos colocaram o telefone no bolso, sentaram-se e o telefone ficou dobrado e não voltou à forma original! Estranho! Sempre que atiro o carro contra uma parede acontece a mesma coisa. Deve ser uma conspiração internacional!



22 de setembro de 2014

Orivaru está à venda



Regressado de férias, fico a saber que Orivaru está à venda. São óptimas notícias se, entretanto, me sair o Euromilhões. Só custa 10 milhões de euros e não era capaz de gastar tanto dinheiro em mais nada. Nem em pipocas. Mas em Orivaru acho que nem pensava duas vezes.

É uma ilha mesmo à minha medida, nas Maldivas, ainda por cima em forma de panqueca. Apesar de não ter água canalizada, nem electricidade, não lhe encontro defeitos.

Não tem lá nada. Como eu gosto. Fica a menos de uma hora de hidrovião da capital (dá para ir a uns saldos de vez em quando, quando a roupa se romper ou comprar um livro quando – e se - os meus se acabarem). E o mais perto que existe daquilo a que se convencionou chamar “civilização” fica a 5 quilómetros de barco: um Hilton. Acho que não me negam um pequeno-almoço “daqueles”.

Ainda que, com a subida das águas do mar, seja séria candidata a estar encolhida lá para 2100, por essa altura também já cá não estou.

Deixam lá construir um hotel de luxo, mas eu não quero. Nem uma casa. Basta-me levar a tenda. Serei feliz à minha maneira.

O calcanhar de Madjer

É argelino o jogador do momento em Portugal. Yacine Brahimi tem feito as delicias dos adeptos dos dragões graças a exibições e golos fantásticos, quer no campeonato quer na Liga dos Campeões onde, na primeira jornada, "bateu" forte e feio e fez o primeiro "hat-trick" (três golos num jogo) da carreira.
Brahimi não era um desconhecido (estava a jogar em Espanha e é titular da sua selecção que esteve no Mundial do Brasil), mas é, seguramente, pelo menos, até agora, o melhor reforço da Liga nacional.
As boas exibições deste jovem argelino fizeram-me recuar uns anos e lembrar um outro argelino, um verdadeiro mágico dos relvados que passou pelas Antas e deixou marca. A principal foi este calcanhar em Viena aos 77 minutos da final da Taça dos Campeões Europeus em Viena:

 

Rabah Madjer, considerado o melhor jogador argelino de todos os tempos, esteve várias épocas no FC Porto. Para lá da histórica Liga dos Campeões (a primeira dos azuis e brancos, conquistada diante do Bayern de Munique) ajudou ainda a ganhar dois campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e uma Taça Intercontinental (em Tóquio, com neve). Pela selecção da Argélia esteve em dois Mundiais (1982 e 86).

20 de setembro de 2014

Em Defesa das Manhãs de Sábado


Há sempre uma rebarbadora a tocar nas manhãs de sábado. Acredito que há um complot planetário para incomodar quem legitimamente dorme até mais tarde ao fim-de-semana. Já não falo dos aspiradores, dos vizinhos que ligam o rádio acima do volume do aspirador, dos que falam aos berros dentro e fora de casa, falo dos operadores de rebarbadoras, berbequins e outra maquinaria infernal e que escolhem os fins-de-semana para fazer barulho (ai que saudades da Suíça).

É nestas alturas que penso em entrar no mundo associativo. Fundar a Associação de Defesa dos que Dormem aos Sábados e Domingos de Manhã (ADDSDM - lê-se Adesdme). Já tenho um discurso preparado para a sessão inaugural:
"Eu tenho um sonho (e sono também). Um dia todas as rebarbadoras, berbequins, aspiradores, corta-relvas, corta-sebes e afins virão com um dispositivo que os impede de funcionar aos fins-de-semana. Um dispositivo em defesa dos que dormem e dos que simplesmente descansam de pijama no sofá. Não somos excêntricos, estamos apenas cansados. Não somos preguiçosos, somos apenas pessoas se levantam muito cedo de segunda a sexta."

Além disto tudo, o que é que tanto furam? Há casas que devem ser queijos suíços de tanto buraco feito ao fim-de-semana. E porquê de manhã? À tarde onde andam?

Para compensar os que não dormem ao fim-de-semana, fica uma sugestão para usar durante a semana:




18 de setembro de 2014

Uma no cravo, outra na canela

Quando ligo o primeiro canal
Sempre o anúncio do sabão tal
E se mudo para o segundo
Então é que é o fim do mundo

Os Táxi diziam-nos em 1981 aquilo que ainda hoje dizemos sobre a televisão em geral e os preços certos desta vida em particular: TVWC. Desconfiávamos da TV, reduzida a dois canais, que abriam e fechavam a horas certas, com hino nacional e mira técnica, a preto e branco - e assim se via a bandeira nacional e os equipamentos das equipas de futebol que tinham de contrastar, que o televisor a cores foi coisa que demorou a ser sintonizado. 
Mastigava-se e deitava-se fora, não era desta canção mas também servia para a televisão e todos arreganhávamos a taxa, paga na fatura da eletricidade (e sim, na altura, escrevíamos factura e electricidade, sem ganho algum). Felizmente tínhamos John Ford nas cobóiadas de sábado à tarde, telejornais de meia hora e telenovelas brasileiras de primeira água - em 1977, era pequenino, mas Gabriela foi especiaria que ficou. E por aí fora até Roque Santeiro, provavelmente a última novela que terei visto com conta, peso e medidas.
Hoje, só quando o zapping preguiça e o comando desaparece sob um espesso manto de pinypons e princesas, paro com tempo de qualidade em frente ao televisor à hora da novela (que em 1977 ou 1981 também era certinha e nos ajudava a acertar o relógio da cozinha e a interromper reuniões no Parlamento). A SIC, canal em que mais tropeço nesta longa hora de quatro horas, entala um enlatado de 5-cinco-5 novelas, entre portuguesas (duas) e brasileiras (três), contei esta quarta-feira à noite para efeitos de crónica e confirmei no guiatv da box. Palavra: cinco seriados, com doses generosas de entremeadas promoções e enlatadas publicidades. Caso para voltar aos Táxi
 
Quem vê TV
Sofre mais que no WC

ou talvez nem tanto. Em Lado a Lado ouvi um cuidado e uma qualidade na banda sonora que julgava afastados das novelas (que antes eram excelentes veículos de música popular brasileira). Em Amor à Vida espreitei algumas excelentes composições, de quem respira este género televisivo. Mas há mais: perdendo o fio à meada, com tanta meada partida e longa, sofre-se menos se olharmos as novelas noutra perspetiva mais lúdica, onde está a contemplação que vale a pena. Ou então esta viagem televisiva só serve para falar de Luana, 38 anos, brasileira de São Paulo. Já fez novelas, mas o vídeo é de outra Estrada de Damasco: a da sua própria revelação.


15 de setembro de 2014

Nós também temos um Bento

Na semana em que quase só se falou de Paulo Bento e Vítor Bento, lembrei-me de um outro Bento que também teve os seus momentos de polémica. Manuel Galrinho Bento foi guarda-redes do Benfica e da selecção nacional durante várias épocas.

Era baixinho para o posto (1.74) e se fosse hoje dificilmente teria feito a carreira que fez porque os treinadores “exigem” gigantes nas balizas.

Nos encarnados jogou 611 jogos oficiais e foi campeão nacional 10 vezes e conquistou seis taças de Portugal. Pela equipa das “quinas” esteve no Euro 84 e no Mundial 86.

É para muitos o melhor guarda-redes português de sempre. Não quero entrar nessa conversa - até porque na mesma altura havia Vítor Damas, outro monstro sagrado das balizas, e, anos depois, Vítor Baia – mas é verdade que fez jogos memoráveis.

Para além disso, Bento teve dois momentos muito polémicos na carreira. Primeiro, agrediu o avançado Manuel Fernandes num derby (1-3) contra o Sporting em 82. Depois, enquanto capitão, liderou a selecção que se “amotinou” em Saltillo, no México, com a falta de acordo em relação aos prémios de jogo.

Bento morreu aos 58 anos de ataque cardíaco após uma festa de aniversário do Benfica, onde participou.

11 de setembro de 2014

Quem anda na água, molha-se

Tshirt molhada, contemplação abençoada: permitam-nos a citação deturpada, mas os aforismos fizeram-se para isto. As palavras pedem que as usemos contornando curvas de outro modo difíceis de dizer. Não nos acusem de não irmos diretos ao assunto, nem insistam que estamos no campo dos ataques pessoais. A única coisa que aqui temos é o elogio simples de um banal gesto: molhar a roupa. 
A chuva de setembro está aí para nos avisar que quem anda à chuva molha-se ou que, faltando chuva, o melhor é tratar de se deixar molhar, de forma cirúrgica em acessório de cor certeira - o branco é um clássico, como já nos lembrava o Omo, mas há vermelhos e amarelos que pedem meças e medidas e curvas. 
Dizíamos: traçar com bisturi imaginário a área a molhar é meio caminho andado para os olhos marejarem de desejo. A história corrompe-nos com dezenas de exemplos e seria fastidioso enumerá-los. Basta-nos o último exemplo, dado num exemplar rollingstoniano, que mostra que a música também se vê. Ladies and gentlemen, for your entertainment, Taylor, 24 anos, americana de Reading...


8 de setembro de 2014

Na altura em que Portugal perdia jogos... mas com classe


A selecção portuguesa começou este domingo a qualificação para o Euro 2016.
Os comandados de Paulo Bento começaram pessimamente contra a Albânia (naquela que terá sido a pior derrota de sempre, tão má que nem tenho coragem de falar nisso), mas daqui a dois anos estaremos, obviamente, na fase final em França.
Por falar em França, foi precisamente aí que vi pela primeira vez a equipa das quinas numa grande montra.
Os portugueses estavam com fome de bola (desde 66 que víamos o grande futebol na tv) e estavam com tanta vontade que até inventaram dois hinos e deram uma alcunha aos jogadores (os Patrícios).
Olhando a esta distância, Portugal tinha uma grande selecção e qualificou-se quando isso era muito difícil (só havia 8 lugares) numa eliminatória polémica contra a União Soviética (Chalana cavou uma grande penalidade fora da área e Jordão não desperdiçou).
Na fase final, dois empates (Alemanha e Espanha - grande golo de Sousa) e uma vitória (1-0) contra a Roménia, com um golo de Nené, deram a passagem histórica para as meias-finais da prova.
E depois veio um daqueles jogos inesquecíveis, um daqueles que por mais anos que viva nunca esquecerei.



Alguém se lembra? Começamos por sofrer um golo de livre-directo, o grande Jordão ainda virou o jogo com dois grandes golos, mas o “10” francês destruiu as nossas poucas forças no prolongamento.
Do alto dos meus 10 anos chorei desalmadamente no final da partida quando um tal de Platini nos colocou fora de prova.
Aqui fica o 11 titular:
1- Bento
2- João Pinto
3- Lima Pereira
4- Eurico Gomes
5- Álvaro Magalhães
6- Frasco
7- António Sousa
8- Jaime Pacheco
9- Rui Jordão
10- Chalana
11- Diamantino