20 de julho de 2014

A bicla que não cai

Declaração de interesses: como pai de 4, não sei se aprovo isto. Mas, como mente aberta que sou, tenho de falar nisto. Estou num dilema. Será bom que alguém tenha inventado uma bicicleta que nunca cai? E depois? Se houvesse disto em 1977, como é que eu dizia ao meu filho, agora, que fiquei sem um bocado do joelho e que a minha mãe se limitou a sacudir as calças à janela por ter medo de ver o bocado que me faltava? Como é que lhes posso dizer “toca a levantar!”, “não sejas mariquinhas!”. “Olha os joelhos do pai... estás a ver essa marca?”. Depois dessas quedas, era o maior lá do bairro. E só interrompi a carreira lá para os 17, quando parti ao meio uma BMX após um mortal em que aterrei de costas. Estou vivo. Não precisei de giroscópio na roda da frente. Mas estes senhores tiveram uma trabalheira tão grande para inventar uma bicicleta para os pobrezinhos dos filhos não esfolarem os joelhos que eu, mais que não seja por respeito pelo trabalho deles, cá estou para o mostrar.

 

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