O verão tonifica corpos sem olhar a quem. Mesmo os que já deviam estar
reformados de tais operações, muitos só para enfrentar as revistas
sociais ou os sociais olhos. O verão também pede recato, um recato que
não se compadece com a exigência da tonificação desadequada. O recato e o
tacto de se olhar ao espelho e ver as imperfeições, aceitar as
imperfeições, respeitar as imperfeições. Todas. Há um filme da Dove que
fala de como não nos sabemos olhar ao espelho (no caso, são elas, provavelmente as mais duras apreciadoras de si próprias).
E há Penélope, 40 anos, espanhola de Alcobendas, que vomita depois de ir para a cama do marido velho em Los abrazos rotos (sinopse imperfeitíssima para benefício deste texto). Adiante com o cinema, porque nem sempre a vida o imita. O que se louva aqui é a mulher madura, roubando a expressão do livro de Stephen Vizinczey, para melhor saudar o corpo de Cindy, 48 anos, americana de DeKalb, que com esta idade se deitou na câmara e na cama para deleite da imperfeição, para contemplação de quem olha e do recato do verão, sem tonificação ou photoshop desadequados. É uma bela imagem. Ela deitada.
E há Penélope, 40 anos, espanhola de Alcobendas, que vomita depois de ir para a cama do marido velho em Los abrazos rotos (sinopse imperfeitíssima para benefício deste texto). Adiante com o cinema, porque nem sempre a vida o imita. O que se louva aqui é a mulher madura, roubando a expressão do livro de Stephen Vizinczey, para melhor saudar o corpo de Cindy, 48 anos, americana de DeKalb, que com esta idade se deitou na câmara e na cama para deleite da imperfeição, para contemplação de quem olha e do recato do verão, sem tonificação ou photoshop desadequados. É uma bela imagem. Ela deitada.
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