11 de agosto de 2014

Artur, o herói improvável

Começou (finalmente) o futebol a sério. O Benfica ganhou a Supertaça, Enzo e Gaitan ainda jogaram - e foram absolutamente decisivos - mas o maior destaque da abertura da época foi Artur.


É uma daquelas curiosidades de que o desporto é fértil. O jogador mais odiado pelos benfiquistas foi o herói improvável da noite de Aveiro. Depois de várias tremideiras nos 120 minutos (o homem na baliza parece uma gelatina), o guarda-redes Artur foi absolutamente decisivo ao defender três grandes penalidades.
E agora? Como vão reagir os adeptos no próximo jogo? Como fica o jogador (que tem estado muito pressionado)? O que faz o treinador (que há semanas que anda a dizer que vai chegar um - ou dois - guarda-redes)? E os adversários vão fazer uma petição para ele continuar na baliza? Vai ser engraçado perceber nas duas semanas que faltam até ao encerramento do mercado.
Artur não está sozinho. Convém lembrar que o Benfica tem uma longa tradição de “patinhos feios” ou de “bodes expiatórios”, jogadores a quem os adeptos nada perdoam. Só na “dinastia” de Jorge Jesus, três nomes saltam à vista: Roberto, Emerson ou Bruno Cortez.
O guarda-redes Roberto é, provavelmente, o caso mais escandaloso: custou 8 Milhões de euros, vindo do Atlético de Madrid, onde até nem era propriamente titular indiscutível. O preço era absurdo e o jogador espanhol nunca conseguiu ultrapassar a pressão e foi um flop. Vários “frangos” depois, aguentou uma época na Luz e acabou (em primeira instância) vendido por uns ainda mais surpreendentes 8,5 Milhões. Este preço acabou por não se concretizar, mas isso é uma estória para outra ocasião.
Emerson, defesa-esquerdo, nunca conseguiu convencer o “terceiro anel”. A missão não era fácil. Todos ainda se lembravam de Fábio Coentrão e o brasileiro nunca teve vida fácil. Curiosamente na (única) temporada de águia ao peito, o melhor jogo foi a defesa-central em Londres, diante do Chelsea, num jogo em que não havia centrais). Saiu sem honra nem glória no final da época com os ouvidos a zenir de tantos assobios.
Bruno Cortez, outro defesa-esquerdo, foi aquilo que se chama “erro de casting”. Logo na pré-época deu para perceber que não dava. O rapaz até ganhou um prémio de melhor defesa do campeonato brasileiro e fez um jogo na canarinha, mas, claramente, não tinha condições para jogar no Benfica: não sabia defender - zero. Até começou a titular . Jorge Jesus é teimoso - mas não chegou ao Natal e foi devolvido à procedência.

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